Morto-vivo

Eu tive um sonho louco

Me deixou perdida no tempo e espaço

Gostaria de saber em qual época estou

Porque me sinto flutuando nos estilhaços

Sem lembranças ou expectativas

Um momento confuso

Gostaria de saber quem eu sou

Porque me sinto como pingos de tintas difusos

Um quadro totalmente abstrato

Procurando seu sentido oculto

Gostaria de saber se é real

Porque me sinto como um vulto

Perdi minha consciência e continuei acordada

Não fez muito sentido

Gostaria de poder gritar

Porque me sinto um morto-vivo

Sugestão de música para acompanhar leitura: "Billie Eilish - Everything I wanted"

Eu achava que a ciência me traria para perto da vida. Mas ela só me distanciou dela.

Não tenho motivação para ser o que eu gostaria. Somente a certeza de que não posso parar de caminhar. Se eu parar, não haverá nada. Porém, quanto mais vou adiante, mais sinto estar perdendo tudo.

Sabedoria não tem haver com idade

Sabedoria não tem haver com idade. Tem haver com reflexão. Os mais velhos geralmente tem menos tempo para refletir e mais responsabilidades, apesar de mais experiências. Desse modo, uma pessoa jovem se quiser tem a possibilidade de desenvolver seu potencial intelectual e adquirir sabedoria que teria aos 30 anos, pois tem mais tempo disponível para reflexão e mais angústias sobre a vida. Apesar de que poucos o fazem, e as completam com ignorância.
Portanto, sabedoria nada tem haver com idade. Adultos, parem de se sentir mais esclarecidos. Pois se houver reflexão, angústia e incertezas devem crescer ao longo da vida. Isso só demonstra que não enganam a ninguém. Falsa sabedoria já é dada de graça em facebook.

Olhos grandes tenros de sutil desordem rente à calmaria

Instigada pelo valor escondido na íris

Se eu pudesse estar perto o suficiente

Para desabriga-lo da cômoda interação

Íntima na superfície da pele somente

numa noite atípica de se perder

Os dias seguem e a alma envaidece

Agora já não são os mesmos olhos que eu vi,

Nessa desordem de sutil ternura

Despercebida e inacessível

que eu covardemente evito

Sua essência difusa, confusa,

demasiadamente longe do meu poder.

Rir de quem deseja-me,
Rir de meu fracasso,
Rir a cada estúpido passo obrigado,
Rir da minha inútil existência
Da minha cômica insistência.
Não há nada para admirar,
Nesse ser transmutado.

"Minha criança interior chora."

Objeto de luxúria
Sutil obsessão
Manifesta-se calada
Legitimada
Admiração infantil
Sustentada por enigmas
Que você faz de si, propositalmente
Narcisisticamente
Com esse meu pequeno apego
Pois francamente
e fracamente,
Sabe que deleitar-me-ei
não devo.

Não há poesia nos deleitos, na interação que resulta em beijos

É um apego psicológico, fantasia que nos mima

Sutilmente romantiza 

Deixa-nos perto da alegria

De achar que tudo isso não é cru e nu

Egoísta e niilista

A música de fundo está no escuro

De nossas mentes inerentes

Ligadas pelo desejo tipicamente humano, urbano

De encontrar a paz momentaneamente

Rapidamente, pois o tempo é surdo

E não ouve à pedidos estúpidos

Espera-se o início de mais um período

Continuemos nossa dança

Mostre-me seus passos

Me enlace pelos braços

E cumprimentaremos os novos amores

Esculpidos e pintados de altruísta

Cada dia mais Monesnt Siehe,

Mais narcisista, egoísta,

Ao ponto de lhe perder.

Perdoe-me, sou fraca

Sou demais de abstrata,

Quero viver sem me prender.

Sem prender-me ao que é sincero,

O que é belo e singelo,

Venha a obscuridade, insanidade.

Desafio meus limites com a mais beautiful estupidez

Limites irreais, superficiais

Desejo o nada,

Sou demais de fraca,

ao sair do porto seguro?

Amante do ilusório

Amante do ilusório, idealizador compulsório

Realisticamente te pedi...

Um mar de ondas momentâneo e durável

Fez disso puro escárnio

Para ver-se infeliz...

Depressivo ostensível,

Amores de papel, seu vício

Queres viver aflito, para não ter a mim...

Pretexto correto

Demonstra medo do tangível

Estagnada, desisti...

Conscientemente utópico

Desejo-lhe tudo o que quis

Pintado à ouro e com suborno

Para existir, enfim...